Por: mundocybernet@dmin
10/07/2024
A BRS Kurumi é uma cultivar de capim-elefante desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite, reconhecida pelo seu porte baixo, alto valor nutritivo e produção elevada de forragem. Esta cultivar tem sido uma escolha popular entre pecuaristas devido à sua capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas e ao seu excelente desempenho em sistemas de pastejo rotacionado.
No entanto, para maximizar o seu potencial produtivo, é essencial adotar práticas de manejo adequado, controle de pragas e plantas daninhas, e técnicas de irrigação estratégicas. Neste artigo, exploraremos detalhadamente esses aspectos, fornecendo um guia completo para a utilização eficiente da BRS Kurumi em pastagens.
Apesar de suas muitas vantagens, a BRS Kurumi não é resistente às cigarrinhas-das-pastagens. Em regiões com alta infestação dessa praga, é crucial adotar estratégias eficazes de controle para evitar danos significativos à pastagem. As mesmas recomendações de controle aplicáveis à cultivar BRS Capiaçu são válidas para a BRS Kurumi.
A convivência com plantas daninhas pode prejudicar significativamente a produção de forragem. Embora o capim-elefante, como a BRS Kurumi, seja capaz de se sobressair sobre muitas plantas infestantes, a presença dessas plantas pode reduzir a produtividade da forragem em até 42%. Por exemplo, enquanto a BRS Capiaçu pode produzir 100 toneladas por hectare de matéria verde com controle adequado de plantas daninhas, essa produtividade pode cair para 58 toneladas por hectare sem o controle adequado.
As práticas de controle de plantas daninhas para a BRS Kurumi são semelhantes às da BRS Capiaçu. A diferença principal está no momento de implementação dessas práticas. Devido ao espaçamento menor entre as linhas de plantio da BRS Kurumi (0,5 m a 0,8 m), há um fechamento mais rápido da pastagem, o que pode reduzir o período de competição com as plantas daninhas em comparação com a BRS Capiaçu.
Para a BRS Kurumi, o método de pastejo mais recomendado é o de lotação rotacionada. Este sistema envolve a divisão da pastagem em piquetes, com um período de ocupação que varia entre 1 a 3 dias e um período de descanso baseado na altura das plantas no pré-pastejo.
O tamanho dos piquetes em um sistema de pastejo rotacionado depende de fatores como a quantidade e peso dos animais, além da produção de forragem do pasto. Uma fórmula útil para calcular o tamanho do piquete é:
TP=nuˊmero de animais×aˊrea por animal por dia×dias de ocupac¸a˜o do piquete\text{TP} = \text{número de animais} \times \text{área por animal por dia} \times \text{dias de ocupação do piquete}TP=nuˊmero de animais×aˊrea por animal por dia×dias de ocupac¸a˜o do piquete
Por exemplo, para um lote de 30 animais, com 60 m² por animal por dia e dois dias de ocupação, o tamanho do piquete seria de 3.600 m².
Nos pastejos subsequentes ao estabelecimento, os animais devem entrar no piquete quando o capim estiver com 80 cm de altura e sair quando a altura média do pasto estiver entre 30 cm e 40 cm. Esta prática garante a manutenção da qualidade e produtividade da pastagem.
A adubação adequada é essencial para maximizar a produção de forragem da BRS Kurumi. Pastos bem adubados produzem mais forragem e permitem uma menor área diária de pasto por animal. Durante períodos de menor crescimento, como na seca, é necessário utilizar estratégias de suplementação ou reduzir o lote de animais para evitar a deterioração da pastagem.
A taxa de lotação está diretamente ligada à produção de forragem, que depende de fatores como a fertilidade do solo e as condições climáticas. Em regiões com condições favoráveis e adubação adequada, a BRS Kurumi pode suportar taxas de lotação de 7 UA/ha a 9 UA/ha durante a estação chuvosa. Durante a estação seca, essa taxa pode ser reduzida em até 80%.
Com práticas adequadas de plantio, adubação e manejo, a pastagem de BRS Kurumi pode durar até 15 anos. Em locais como a Região Sul do Brasil, há pastagens dessa cultivar em uso há mais de oito anos sem perda de produtividade.
A quantidade de pastejos possíveis em um ciclo de pastagem varia conforme as condições ambientais. No sul do Brasil, o período de pastejo geralmente ocorre de setembro a maio, com intervalos de pastejo de aproximadamente 30 dias, permitindo até nove pastejos por ciclo. Em outras regiões sem restrições severas de frio e seca, os pastejos podem ocorrer durante todo o ano.
A BRS Kurumi é uma cultivar de capim-elefante que oferece inúmeras vantagens para a produção de forragem de alta qualidade. No entanto, para maximizar seu potencial, é essencial adotar práticas de manejo adequado, controle de pragas e plantas daninhas, e técnicas de adubação e irrigação eficazes.
Com essas práticas, a BRS Kurumi pode proporcionar pastagens produtivas e duradouras, contribuindo significativamente para a eficiência e sustentabilidade da produção pecuária.
Referência: EMBRAPA
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